quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Carinho ou medo

A maioria das pessoas acha que quem é engraçado de verdade, e que faz todo mundo rir sempre, na verdade é alguém triste e solitário. Por isso dizem que os palhaços amargam um sofrimento enorme depois que tiram as máscaras e saem de cena. Certamente todas as pessoas muito alegres choram, sentem dores profundas, têm momentos de desespero e sentem o chão sumir em outros. Mas é exatamente a mesma coisa que sentem aquelas pessoas sem grande senso de humor, as mais sérias, as que dificilmente causam algum riso.

Talvez a diferença esteja no impacto que essa mudança provoca. Porque se você consegue transparecer felicidade 24 horas por dia, basta ficar 1 hora um pouco mais calado para que percebam que alguma coisa está "errada" ou diferente do habitual - situação diversa da de alguém que expressa alegria somente vez ou outra.

Na mesma proporção, alguém que está sempre de alto astral não é, necessariamente, mais genuinamente feliz do que aquela que não tem a mesma pré-disposição ao sorriso fácil - apesar de esse posicionamento otimista contribuir infinitamente para que se torne melhor a vida, a relação com os outros e o mundo em geral.

Mas então o que difere esses dois tipos de pessoas? São as escolhas. Sim, é o que ela pensa da vida, o que quer e deseja para todos. É muito mais fácil alguém ter uma discussão em casa, por exemplo, e ficar irritado o dia todo no trabalho, dando "patadas" em todo mundo e fazendo com que todos também tenham horas horríveis. O complicado é 1°) realmente não querer levar problemas aos outros e 2°) conseguir colocar isso efetivamente em prática, naturalmente.

Claro que não é fácil esquecer os problemas, as coisas ruins que acontecem e simplesmente ficar sorrindo e feliz o tempo todo. Isso nem sempre é possível, tem hora que não dá e pronto. Mas certamente mais de 90% das vezes isso só depende da sua boa vontade e da sua preocupação em ser alguém de quem as pessoas se lembram com carinho. E não com medo.